Saturday, December 31, 2005

Cumprir um corpo

foto by Gelsomina


"Passeio por sonhos profundos que outros
mais profundos me fazem esquecer. Se devo
matar ou apenas ferir, não sei se posso acordar
ou desistir. De cada vez que elevo o corpo e lhe
atenuo a existência, apercebo-me da necessidade de o cumprir.
Cumprir um corpo é acaba-lo. Mas se o meu ainda não sabe
por que começou, por que sonho hei-de morrer ou existir?
Faço rasuras demais em todos os textos sobre o corpo. Por vezes
tenho medo de não entender do que falo. Não sei se
sinto, e se sinto, não sei se é meu."

Valter Hugo Mãe em Silencioso Corpo de Fuga

Tuesday, December 27, 2005

Perto de mim

foto by Gelsomina

"Às vezes perco-me nos caminhos que conheço. Adormeço nos ruídos do mundo sonhando banalidades enquanto sou feliz. Sempre que falho e fecho os olhos, imagino outra pessoa perto de mim aquecendo as mãos no calor do meu corpo como nas labaredas de uma pequena fogueira."

Valter Hugo Mãe em Silencioso Corpo de Fuga


Friday, December 23, 2005

"Terei no corpo todos os sabores, e deverei
proporcionar aos desconhecidos a estranheza da
sedução, mas nunca por uma tentação me mostrarei o
suficiente para que descubram quem sou. Passarei
longe correndo e marcando a paisagem com cores
difíceis de repetir. Sempre que parar pousarei as mãos na
cara e não serei diferente dos outros. Então
descansarei um pouco."

texto de Valter Hugo Mãe em Silencioso Corpo de Fuga

foto by Gelsomina

Monday, December 19, 2005

Na arte sou...

by Gelsomina

Há quanto tempo...Tinha-me esquecido que um dia tinha existido

running late by Gelsomina

Foi pena ter-me deixado levar pelos impulsos, única coisa em mim não consigo controlar. Foram eles que me denunciaram...

Neste momento, arrependo-me de te ter mostrado as paginas anteriores, foi por elas que te afastaste, compreendeste o que senti... estas, no entanto, são só minhas…

Mas nestes dias em que o mau tempo volta a ser anunciado, preparo-me para me evaporar de novo...o meu caminho segue em frente, rio abaixo. E eu já estou atrasado.

Tenho pena de não teres conseguido dizer-me o que sentiste, os sentimentos que te despertei. Não quando o teu e o meu cheiro se misturaram, mas quando as tuas e as minhas palavras se atropelavam.
Já não te ouço. Já não sei se te quero ouvir...apenas pelo facto que sei que não queres falar.


Março.2000

Thursday, December 15, 2005

Torradas ao pequeno almoço não são cliché...

.
são comodismo !
.

Tuesday, December 06, 2005

no mirror by Gelsomina

Não tenho espelhos ...

Esta noite descobri que a tua partida não foi acidente, que essa voluntariedade de quem põe termo à vida, te tinha encontrado.
Corri para a chuva e ao ver o teu reflexo na noite prometi a mim mesmo que iria ouvir os gritos que nos sonhos me atormentam, iria enfrentar o que de ti ainda me quer enlouquecer e fazer as pazes com as memórias que guardo.

Só assim poderei acordar a pessoa que habita este corpo e que há muito adormeceu.